Foi na década de 60 que surgiu o bairro Rosa da Penha em Cariacica. Os proprietários das duas antigas áreas rurais do local lotearam a região.
Os herdeiros dos sítios recordaram o empenho das famílias em transformar e modernizar a paisagem local, que era composta por brejos e criações de animais.
O bairro era dividido em duas propriedades até aquela época. O maior lado pertencia ao casal Maria Rosa da Penha e Fidelcino Santos Rangel. A parte próxima a São Geraldo era de Jesuína Souza Venturin e Martin Venturin.
Com a morte do marido, Maria Rosa da Penha viu as criações de animais e plantações se acabarem. Como os filhos trabalhavam na cidade e não queriam manter o estilo de vida rural, ela não pensou duas vezes e resolveu lotear tudo.
A filha dela, Anita Rangel Vieira, 66 anos, contou que cada um dos oito filhos recebeu 19 lotes. “Meu irmão Valdemiro tomou a frente de tudo. Mamãe fez questão de seguir todas as exigências da planta e construiu ruas largas. Ela pagou os aluguéis de tratores durante meses”, contou a aposentada. Anita recordou que a quantidade de interessados em morar em Rosa da Penha era tão grande, que bastou a notícia se espalhar para surgirem pessoas de diversas regiões, incluindo cidades do interior, como Domingos Martins, Afonso Cláudio, Colatina e outros.
Do outro lado do bairro, Martin Venturin decidiu dividir a terra em lotes para os 15 herdeiros. “Ele tinha medo de morrer e a situação se transformar em um problema para os filhos”, explicou Diletá Venturin Daniel, 56 anos, uma das filhas que ainda vive no local.
“Há pouco mais de 40 anos, só tinha a casa da Rosa da Penha, lá na parte alta do bairro. Todo o resto era mato e camará.”, comentou Diletá.
Cada herdeiro ganhou três lotes. Devido aos gastos com o processo de legalização, eles venderam algumas unidades para reverter a verba na quitação das despesas. “Foi aí que o bairro se expandiu de fato.”, observou Diletá.
Entre os moradores e comerciantes que participaram do processo de fundação do bairro, estão Pedro Vieira, Elizênio e Jair da mercearia.
O bairro Rosa da Penha, em Cariacica, surgiu a partir do empenho de Maria Rosa da Penha, proprietária do antigo sítio, na fundação do loteamento. Em homenagem, a comunidade mantém o nome dela. Dos oito filhos, somente Anita Rangel Vieira, 66 anos, continua morando no local. “Mamãe decidiu lotear as terras, pois era viúva e os filhos não queriam trabalhar na roça. Meu marido Pedro, era pedreiro e ajudou muito, inclusive na instalação dos piquetes para marcar os terrenos. O nome da principal avenida é o sobrenome do meu pai, Fidelcino Santos Rangel”.
